16.9.15
15.9.15
Se me disseres o que sentes
Se me disseres como te sentes hoje,
Talvez te ajude.
Talvez te permita pousares a cabeça em mim.
Entrares-me nos caminhos dos meus pensamentos.
Descobrires-me as negações.
Se me disseres o que sentes por mim.
Talvez eu retribua.
Talvez te permita tocares-me o olhar além dos olhos.
Colheres-me a alma e arrebatares-me o pulso.
Desfazeres-me os temores.
Se me disseres que não viverei sem ti,
Talvez morra.
Talvez decida não decidir.
Talvez desista de ti mesmo sabendo que isso me salvaria.
Talvez prefira morrer a arrepender-me.
Se me disseres que algum dia não viverei sem ti,
Então estas palavras que agora escrevo, já as escrevo sem vida.
13.9.15
#quemnãopedenãoouvedeus # quemnãochoranãomama #ofereceram-meunssapatossóporquesim(porquesouumaquerida)
Quem não chora não mama e eu lá ganhei uns sapatos, merecidíssimos, entenda-se!, após as férias epopeicas deste ano.
Foi apenas o reconhecimento de um esforço, de um sacrifício. Chamemos-lhe, um bombom.
[Começo a trabalhar segunda-feira, com a graça do Senhor. O ballet está quase a recomeçar e continuo a perder peso. Portanto, está tudo encaminhado para um regresso à normalidade. Nada temeis. Lá para terça-feira já escrevo poemas sobre cortar os pulsos e fica tudo com dantes.]
9.9.15
#fériasdeverão #queroroupaaaaa #pinterest #SOCORRO
Qiu Yang
Quando tenho pouco dinheiro que são cerca de 360 dias por ano é quando me apetece mais consumir. E por consumir refiro-me a comprar bens supérfluos, que é como quem diz, e não vou andar com rodeios, roupa e acessórios.
Há precisamente três anos entrei nessa grande missão de eliminar o excesso, de limpar o guarda roupa, de dar tudo o que tinha a mais e não usava e, a partir daí, comecei a comprar de maneira mais consciente: menos e melhor. Ou seja, menos mas de facto aquilo que queria ter dentro das minhas possibilidades. Esta medida reduziu muito o número de peças de roupa e de sapatos do closet mas continuo a fazer as limpezas de roupa a cada início de estação e a deixar partir aquilo com que já não me identifico.
Estas duas semanas de férias foram destinadas a isso mesmo estava farta das Maldivas. Renovar o quarto e o closet (queria uma cena à Pinterest... não perguntem) e, necessariamente, libertar-me de bens materiais.
Consegui o quarto e o closet à Pinterest (tenho os cabides toooodos iguais, branquinhos, e até a minha roupa parece saída de um blog de moda, qual Rachel Zoe) mas, e a agora vem a parte perniciosa da coisa... sinto um instinto consumista tão maior, tão grande, tão avassalador a crescer dentro de mim! SOCORRO! Quero roupa nova!
Mas o dinheiro acabou-se em tinta, cabides brancos, cómodas MALM e prateleiras, pelo que o dilema transformou-se num assombro à minha pessoa.
Com uns quilos a menos, a roupa a sobrar-me dos lados (mas que não dei porque o que vai também pode voltar) com um refresh na imagem e diria até na alma (é bonito e profundo mas tinha de contar mais do que agora se mostra apropriado) apetecia-me mesmo era mudar o guarda fatos todo. Queria renascer noutras roupas.
Ai que merda.
Não gosto de ser assim.
E isto levou-me a outros pensamentos.
Levou-me à ideia - estúpida e oportunista - de que há muito, muito tempo, que ninguém me oferece nada. Não sei muito bem se será difícil agradar-me ou se, simplesmente, nem se lembram de me oferecer alguma coisa mas senti um certo adormecimento, seguido de um certo lamento, por não ter um presente deixado debaixo da almofada, só porque sim. De não ter um bonito par de sapatos à minha espera, embrulhado numa fita de seda vermelha, só para me fazer sorrir. De não receber um vestido, mesmo que num saco de papel só porque "vi e achei que era a tua cara e decidi comprar-to".
Mas gostamos todos disto, não gostamos?
Estava aqui a questionar-me se estou a ter apenas o retorno daquilo que sou com os outros mas neste campo não me parece que esteja a ser feita justiça porque eu sou o tipo de pessoa que compra para oferecer aos outros só porque sim, só porque me lembrei e achei que iam gostar, mesmo fora das datas comemorativas.
Sim, é um choradinho.
Eu merecia um presente. Um qualquer. Daqueles que são comprados só porque a pessoa se lembrou de nos agradar.
Porra, isto é falta de férias...
Bem, mas voltando ao assunto inicial, que era a falta de dinheiro, a vontade de comprar roupa maior que mandar chocolate negro directamente para as veias, e a renovação do quarto e do closet pelas minhas próprias mãos durante as férias, tenho a dizer-vos uma coisa e a aconselhar-vos outra:
1º - Não nasci para criada, nasci para princesa. Que se fodam os DIY do Pinterest. NUN-CA-MA-IS.
2º - Se não nasceram ricas, casem com um gajo rico. É que só há duas maneiras na vida de lá chegar, e uma não está nas nossas mãos mas a outra...
A inspiração. Olho para isto e ainda sinto a dor nos braços. Os meus pulmões ainda andam a expelir pó. A minha pele ainda anda a recuperar dos hematomas. E, sinceramente, agora olho para isto e só me apetece é mudar de casa.
7.9.15
Catarina
Separa-nos a distância,
Uma vida,
Tantas vontades.
Queira Deus,
Ó Catarina,
Que nos reencontremos,
Num destes dias,
Entre sorrisos,
E abraços,
Contigo mulher,
De carácter forte,
Plena de coisas,
Para me contares.
[À minha afilhada maior, mais velha, mulher feita, e que me faz sentir também velha, ausente, e com vontade de ser melhor para os outros.
Sem saberes, Catarina, deste-me a maior das lições nisto de, perante Deus, assumir a responsabilidade de guiar alguém na vida cristã: a lição de assumir apenas um compromisso que se esteja à altura de comportar.
Contigo não me tenho portado à altura, mas tens-me ensinado a não falhar como os outros que se te seguiram. Aqueles a quem não consegui dizer não, porque também os amo, aqueles onde vi uma oportunidade de me redimir como madrinha, como orientadora para uma vida cristã.
Obrigada Catarina, apesar de não saberes porquê.]
25.8.15
Facto
O dia em que descobres que não és tu que estás cansada do ser humano em geral, são as pessoas que estão fartas de ti em particular.
24.8.15
Ironias de uma gaja com o karma mais fodido do universo
Matthieu Bourel
Eu era gorda.
Eu agora estou magra.
Perdi 8 kg. Ou 9.
Talvez 10... não sei bem.
A merda da balança eletrónica que comprei, porque era em vidro e ficava esteticamente impecável na casa-de-banho, é uma grande banhada e não tem sido, propriamente, fiel, por isso já não sei a quantas vou.
Certo é que afinei.
E, apesar de andar há demasiados anos nisto do engorda/emagrece, a verdade é que já não tinha este peso há uns quinze anos... com a vantagem de ser trintona com este peso o que torna a coisa sobejamente mais interessante e, por essa razão, mal ou bem, a autoestima também lá se endireitou um bocadinho.
Antes do Verão chegar, quando decidi que tinha de perder peso de maneira mais definitiva e permanente (compromisso de fim/início de ano, está num dos posts) a minha grande visão era aquela de ir arrasar para a praia.
De me enfiar num biquíni XXS e não tufar nem um milímetro de pele. Tufar apenas aquela bolinha de carne das nádegas rijas que até se agradece que tufem.
Visualizava - como a cenourinha sempre à frente do nariz - a pele dourada, o cabelo comprido e o corpo esguio a desfilar pela praia metida numa tanga caliente - não badalhoca - e espetar na cara das miúdas de vinte anos "tomem lá que eu sou melhor que vocês".
Ora bem, tenho novidades (parte 1 do Karma, vá, lixado):
Comprei um fato-de-banho.
Finalmente comprei um fato-de-banho com um modelo estonteante, vermelho, que me deixa partes de fora que podem estar de fora, e partes tapadas que devem estar tapadas.
Isto em teoria.
Comprei o fato-de-banho quando estava com os tais não-sei-quantos-quilos a mais e por isso estava justo e perfeito.
Agora, não-sei-quantos-quilos depois... ele é mama para cá, ele é mama para lá, e quando saio do mar sou um misto de Lili Caneças com Amália, que ora tenta erguer a cabeça "olhem para mim que sou tão bela" com um "Que fado o meu, porra, valha-nos Deus, queira Nossa Senhora de Fátima que estas maminhas, que agora parecem sacos de chá, não se tenham esgueirado e já estejam a chegar aos joelhos".
Resumindo, agora que comprei um fato-de-banho, sem ser de avó, não tenho corpo para o usar.
Parte 2 do Karma Fucked Up:
Não vou à praia este ano.
Sim, correto, é isso mesmo.
Consegui o corpo, não consegui a ida à praia.
Há quinze, QUINZE, anos que não tinha este peso, que não me sentia bem comigo, e não só arranjei uma burka largueirona que não me serve de nada como nem sequer vou à praia.
Há dez anos que não estava sem fazer praia.
Enquanto fui gorda e só encontrava biquínis houve sempre praia.
Agora é que não há praia.
Giro né?
Parte 3:
Neste quinze dias de férias que se seguem vou fazer obras em casa, pintar, limpar, e arrumar uma coisa a que chamo closet mas que, em bom rigor é um bunker para onde mandamos roupa.
Estou que nem posso de felicidade.
O bom disto, é que pelo menos o trolha que lá irá a casa, e o escadote onde me vou montar a maior parte dos dias, vão poder ver a Pamela que há mim.
Pelo menos isso...
Com sorte, com o cheiro do diluente, três dias depois já olho para o trolha e vejo o Mitch Buchannon e sempre ganho as férias.
21.8.15
18.8.15
O não-valente
A dor que me infliges
Não sou eu quem a sente
És tu
Na tua mente
És tu
No teu inconsciente
O grito que sufocas
Não sou eu quem o ensurdece
És tu
Na solidão
És tu
Quando te desencorajas
A seres maior
A seres valente
A fúria que carregas
Não sou quem a expurgará
Serás tu
Voluntariamente
Serás tu
Quando fores grande
Serás tu
Quando fores
Gente
17.8.15
B.oca
Esse amor esganado
Que sentes no peito
Não é amor não senhor
Nem é afrontamento
É tesão nos lábios
É ensejo
São ganas de quem quer
Apenas e só
Um beijo
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