. O sujeito de cabelos compridos anacronizados
. A rapariga do corpete de ganga com atilhos em fita de seda
. As crianças ciganas descalças
. O tipo que descasca um miúda com os olhos
. A sonsa que espera pelo namorado frick
. O japonês com cabelo de mulher
. A velha hippie com problemas de alcoolismo e com falta de dinheiro para a tinta do cabelo
. O tipo giro
. A tipa com estilo
. A miúda com calções pornograficamente curtos
. A preta que veste uns collants de padrão tigresse rosa-choque mas se esqueceu de vestir uma saia
. A loira que lê uma revista cor-de-rosa
. A tonta que já correu os autocarros todos mas ainda não acertou com o seu
. A excursão de adolescentes com problemas de identidade
. Os namorados que se lambuzam
. O rapaz que tem vergonha do beijo de despedida da mãe
. O chinês que quer parecer europeu
. O motorista engatatão
. O preto que ainda não tirou a mão da pila
. A mãe solteira que está farta da sua criança
. O emigrante de Leste que arrasta os sacos de plástico desde o fundo da gare
. O segurança que anda em círculos sem mexer uma palha
. A mulher que me observa porque não sabe porque escrevo
. Os passageiros impacientes dentro de um autocarro
. O velho sozinho com um boné da caça e um colete da pesca
. A dupla de polícias que exibem nádegas tesas dentro das calças apertadas
. A senhora de meia-idade que faz Sudoku
. O brasileiro com a camisola da selecção
. A introvertida que reza para ser ainda mais invisível
. O reformado que passa os dias a vaguear pela gare
. O casal que se odeia e se despede com alívio
. O casal que se beija à chegada e promete amor eterno
. Eu. Sozinha. Com o papel e a caneta.
foi uma hora e meia bastante produtiva e tenho a sensação que não lhe custou nada a passar. Estranho que não tenha visto aquele sujeito de fato a gravata com um PC no colo fingindo concentração num trabalho importante e afinal estava simplesmente no FB à procura de amigos que não tem! era um JP (jovem político) à rasca... Ia apanhar um autocarro qualquer.
ResponderEliminarE consigo perfeitamente imaginar-te a fazer isso. Também o fiz durante mais de uma década.
ResponderEliminarAinda lá está o estranho que empurra o carrinho das encomendas?
E as antipáticas do bar?
Já se livraram do excesso de pombos?
Agora tive medo! Por "consigo imaginar-te a fazer isso" até pensei que me conhecesses, mas logo depois percebi o sentido :)
ResponderEliminar"O estranho"? Só há lá um?... não esse já não o vejo.
As queridas amigas do bar estão cada vez mais apuradas. Nem sei onde as vão buscar!
Pombos... hummmm... deixa-me pensar... :)