23.6.14

Dos três aos trinta e três



"Still Loving You" é uma canção da banda alemã de hard rock e heavy metal Scorpions. Foi escrita por Rudolf Schenker com Klaus Meine, para seu nono álbum de estúdio, Love at First Sting, lançado em 1984. Em julho do mesmo ano, foi lançado como o segundo single do álbum. Sua letra tem sido vista como uma metáfora da divisão daAlemanha Oriental e Alemanha Ocidental , mas o significado real é sobre a história de um amor desesperado. Em uma entrevista com a Songfacts, Rudolf Schenker explicou: "É uma história sobre um caso de amor, onde reconhecem que pode ter acabado, mas irão tentar de novo".
O videoclipe foi lançado em julho de 1984, e foi filmado em Dallas, Texas no Reunion Arena.
É considerada uma das baladas clássicas do grupo alemão, além de ser ícone do estilo power ballad. Ingressou no Top 10 em alguns países europeus, incluindo na França, onde obteve em poucos meses, o certificado de platina ao superar um milhão de cópias vendidas. Até o momento, apenas na França, o single já vendeu mais de 1,7 milhões cópias.
Em 1992, foi lançada em uma versão remasterizada em uma compilação homónima, que em alguns países foi lançado como um single.

in Wikipédia


Pelos vistos estávamos apenas em 1984.
Lembro-me tão bem de ver semanas a fio esta música no primeiro lugar do Top + e de ter uma opinião tão formada sobre esta música, que ia jurar que tinha nessa altura treze anos e não três.
Eu tinha apenas três anos quando esta música passava vezes sem conta e eu recordo-me de tantos momentos dessa época.

Mas desengane-se quem pensa que eu tenho boas memórias sobre esta música. Porque eu odiava esta música.
Pior: tinha medo.
Medo da negritude da música (mesmo sem saber ler nem escrever, quanto mais perceber inglês), e do homem do videoclip.
Naquela altura a música parecia-me ter uma hora e meia... De tanto que a odiava. Mas ela lá continuava, semana após semana, como um sucesso de vendas, sempre em primeiro lugar.
Graças a Deus, ao fim de umas semanas já nem davam o videoclip inteiro.

Hoje, evoco esta música muitas vezes.

Aquele lado nostálgico, mais que assustador, leva-me a sítios dentro de mim a que, nalguns dias, é bom voltar. Não pela felicidade. Mas pela realidade. Porque, por vezes, preciso de me encontrar com aquela criança que já tinha sentimentos de adulto, para saber como reagir agora. Porque aquela criança velha que fui soube resolver problemas que hoje me fazem ser muito mais ligeira na maneira de encarar a vida. Não há nenhuma metáfora por trás disto, nem um moral, nem uma conclusão muito elaborada sobre a relação entre odiar e gostar desta música aos três e aos trinta e três anos. É apenas uma memória que guardo que não quero largar.  

E, voltando trinta anos atrás, à criança que se sentava no chão da sala, com a televisão de imagem a preto e branco, a ver o Top +, chego à conclusão que aquela miúda de três anos só podia mesmo ser uma fixe.





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