21.2.14

Da uma da noite às oito da manhã




Da uma da noite,
Às oito da manhã,
Durmo um cansaço,
Que não sarará.
Passo as horas,
Debaixo de um manto.
Dorido.
A sangrar.

Da uma da noite,
Às oito da manhã,
Finjo a vida,
Que não vou ter.
Ao acordar,
Um renascimento.
Feito,
Para sofrer.

Desperto olhos.
Atordoados.
Sem tempo,
Para dormir.
Acabaram-se as horas.
São oito da manhã,
Hora de partir.

Arrependo-me da vida,
Sem vida para viver.
São oito da manhã,
E este eu,
Perdido,
É culpado,
Por sofrer.