Enquanto pensava em escrever qualquer coisa adequada a esta época do ano, dei por mim a desenrolar um lista de pedidos à escala universal. Dei por mim a pensar na quantidade de coisas que gostaria de mudar no mundo.
Senti-me uma verdadeira Miss Universo a desejar o fim da fome e o cessar das guerras entre os povos.
Afinal de contas isso é que é ser Miss Universo. Se pensasse só na vizinha que não tem uma manta para lhe aquecer as pernas seria apenas Miss do meu Bairro e isso não é para mim.
Senti-me uma verdadeira Miss Universo a desejar o fim da fome e o cessar das guerras entre os povos.
Afinal de contas isso é que é ser Miss Universo. Se pensasse só na vizinha que não tem uma manta para lhe aquecer as pernas seria apenas Miss do meu Bairro e isso não é para mim.
Eu penso em grande.
Por isso avancei com este grandioso e ambicioso sonho.
Para este Natal só quero coisas dignas de uma Miss Universo.
Assim, este ano vou querer:
Para este Natal só quero coisas dignas de uma Miss Universo.
Assim, este ano vou querer:
- Que não durmam pessoas na rua.
Há quem esteja nas ruas porque quer (por mais que isso me custe a entender) mas há muitas pessoas que vivem e dormem nas ruas por falta de alternativas. Para essas pessoas desejava que o mundo mudasse e que tivessem uma oportunidade para se erguer. Ninguém nasce vagabundo e com certeza ninguém o deseja ser. Gostava mesmo que houvesse uma esperança para estas pessoas.
- Que quem quer bebés os consiga ter.
Tantos homens e mulheres que os querem ter mas não os têm. Por infertilidade, falta de recursos, falta de parceiro, por orientação sexual, por tantos e tantos outros motivos. Desejava que todas as pessoas que desejam filhos os pudessem ter e vivessem a alegria de os amar.
- Que sejamos todos aceites nas nossas opções.
Que todos os travestis e transexuais e transcoisos (desculpem lá, e vou voltar a repetir-me, mas para mim são pessoas e nem sei de onde vem estas designações todas) possam sair da escuridão e possam andar lado-a-lado com todas as pessoas, à luz do dia, nos mesmos restaurantes, centros comerciais, bibliotecas, igrejas e todos os sítios do planeta que nós, os designados de "pessoas normais", frequentamos (e agora, se eu não fosse Miss, dizia foda-se. Indignam-me mesmo estas distinções. Mas como sou Miss não vou dizer).
- Que não se abandonem idosos.
Mata-me a ideia de pessoas idosas estarem completamente sozinhas, independentemente de terem familiares ou não. Imagino a dor que é estar sozinho, perdido no tempo e no silêncio, dias, semanas, anos a fio sem conhecer o carinho de alguém.
Por vezes penso que nem todos os velhos foram jovens ou adultos decentes. Que podem ter sido os maiores mete-nojo desta vida. Ainda assim, fico transtornada.
Dentro de uma vida há muitas vidas e ninguém merece viver a velhice na solidão.
- Que os doentes se curem.
A minha felicidade também depende disso. Ou uma parte da minha felicidade, vá. Creio que muitas pessoas reconhecerão que se não existissem doenças todos viveríamos mais felizes, sem espadas sobre a cabeça. Directa ou indirectamente, as doenças já entraram nas vidas de todos nós e o que sabemos disso é que nunca foi para trazerem felicidade.
- Que as pessoas que andam desaparecidas, apareçam.
Os que querem aparecer e os que não querem: digam qualquer coisa.
Os que querem voltar, voltem. Possivelmente serão menos julgados do que pensam.
Os que não querem voltar (e não nego que haja pessoas que desaparecem por sua iniciativa) fica o recado: malta, pelo menos mandem um postal a dizer que são uns filhos da mãe e que têm outra família e mais dez filhos para criar, mas pelo menos a pessoa tira daí a ideia e escusa de andar a fazer luto.
Aos que desapareceram e não podem aparecer de todo... nem sei que diga... tiro a minha tiara de Miss e rendo-me: é um golpe demasiado duro para quem espera eternamente sem saber o que se passa do outro lado do pano.
- Que deixem de haver animais abandonados.
Para mim, animais ou pessoas a viver nas ruas, custa-me na mesma medida.
Não sou das que dá beijos na boca dos cães e muito menos das que dorme com gatos mas gosto de bichos. De todos eles. E quando há pessoas que escolhem os animais que julgam ser dignos para si, só penso que é uma pena os animais não poderem escolher os donos que mereceriam.
- Que todos os mortos tenham um fim digno.
Se há coisa que me faz confusão é a quantidade de pessoas que morre e que ninguém da família dá conta. Nem falo só dos velhinhos que morrem sozinhos em casa mas falo também de corpos que são encontrados e cujas fotografias vão parar ao site da PJ à procura de alguém que os reclame.
Isto é absolutamente triste. Não nascemos sozinhos. É triste que alguns de nós acabem por morrer assim.
- Que todos façam o amor.
Esta é do coração.
Façam amor.
Pratiquem o amor.
Façam amor sob todas as formas que conhecem. Não apenas essa que vos passou pela cabeça.
Com amor, tudo o que desejei em cima, fica mais fácil de conquistar.
Há quem esteja nas ruas porque quer (por mais que isso me custe a entender) mas há muitas pessoas que vivem e dormem nas ruas por falta de alternativas. Para essas pessoas desejava que o mundo mudasse e que tivessem uma oportunidade para se erguer. Ninguém nasce vagabundo e com certeza ninguém o deseja ser. Gostava mesmo que houvesse uma esperança para estas pessoas.
- Que quem quer bebés os consiga ter.
Tantos homens e mulheres que os querem ter mas não os têm. Por infertilidade, falta de recursos, falta de parceiro, por orientação sexual, por tantos e tantos outros motivos. Desejava que todas as pessoas que desejam filhos os pudessem ter e vivessem a alegria de os amar.
- Que sejamos todos aceites nas nossas opções.
Que todos os travestis e transexuais e transcoisos (desculpem lá, e vou voltar a repetir-me, mas para mim são pessoas e nem sei de onde vem estas designações todas) possam sair da escuridão e possam andar lado-a-lado com todas as pessoas, à luz do dia, nos mesmos restaurantes, centros comerciais, bibliotecas, igrejas e todos os sítios do planeta que nós, os designados de "pessoas normais", frequentamos (e agora, se eu não fosse Miss, dizia foda-se. Indignam-me mesmo estas distinções. Mas como sou Miss não vou dizer).
- Que não se abandonem idosos.
Mata-me a ideia de pessoas idosas estarem completamente sozinhas, independentemente de terem familiares ou não. Imagino a dor que é estar sozinho, perdido no tempo e no silêncio, dias, semanas, anos a fio sem conhecer o carinho de alguém.
Por vezes penso que nem todos os velhos foram jovens ou adultos decentes. Que podem ter sido os maiores mete-nojo desta vida. Ainda assim, fico transtornada.
Dentro de uma vida há muitas vidas e ninguém merece viver a velhice na solidão.
- Que os doentes se curem.
A minha felicidade também depende disso. Ou uma parte da minha felicidade, vá. Creio que muitas pessoas reconhecerão que se não existissem doenças todos viveríamos mais felizes, sem espadas sobre a cabeça. Directa ou indirectamente, as doenças já entraram nas vidas de todos nós e o que sabemos disso é que nunca foi para trazerem felicidade.
- Que as pessoas que andam desaparecidas, apareçam.
Os que querem aparecer e os que não querem: digam qualquer coisa.
Os que querem voltar, voltem. Possivelmente serão menos julgados do que pensam.
Os que não querem voltar (e não nego que haja pessoas que desaparecem por sua iniciativa) fica o recado: malta, pelo menos mandem um postal a dizer que são uns filhos da mãe e que têm outra família e mais dez filhos para criar, mas pelo menos a pessoa tira daí a ideia e escusa de andar a fazer luto.
Aos que desapareceram e não podem aparecer de todo... nem sei que diga... tiro a minha tiara de Miss e rendo-me: é um golpe demasiado duro para quem espera eternamente sem saber o que se passa do outro lado do pano.
- Que deixem de haver animais abandonados.
Para mim, animais ou pessoas a viver nas ruas, custa-me na mesma medida.
Não sou das que dá beijos na boca dos cães e muito menos das que dorme com gatos mas gosto de bichos. De todos eles. E quando há pessoas que escolhem os animais que julgam ser dignos para si, só penso que é uma pena os animais não poderem escolher os donos que mereceriam.
- Que todos os mortos tenham um fim digno.
Se há coisa que me faz confusão é a quantidade de pessoas que morre e que ninguém da família dá conta. Nem falo só dos velhinhos que morrem sozinhos em casa mas falo também de corpos que são encontrados e cujas fotografias vão parar ao site da PJ à procura de alguém que os reclame.
Isto é absolutamente triste. Não nascemos sozinhos. É triste que alguns de nós acabem por morrer assim.
- Que todos façam o amor.
Esta é do coração.
Façam amor.
Pratiquem o amor.
Façam amor sob todas as formas que conhecem. Não apenas essa que vos passou pela cabeça.
Com amor, tudo o que desejei em cima, fica mais fácil de conquistar.
Por mim és a Miss Universo vitalícia!
ResponderEliminarBeijo grande
... que espírito tão... natalício.
ResponderEliminarGostei dos teus desejos de Natal. Um pouco inquietantes mas igualmente válidos! Subscrevo a maior parte. Boa semana!
ResponderEliminarMuito bem! :) Acrescentaria um... Para além de fazerem "o amor", não havendo amor que cumpram a oração do teu post anterior! (Chiça que até rimei!)
ResponderEliminarE que miss que tu eras!
ResponderEliminarQuero o mesmo que tu!
Se somos duas a querer já é mais facil de conseguir nao é? :)
E quem não gosta de misses?
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