16.11.16

Da série: Volta a ser o que eras por favor - Parte I

Não há uma razão muito óbvia para esta babe estar aqui, para além de hoje ser este o meu estado de espírito.



Ontem andei aqui pelo blog a reler umas coisas antigas como terapia para me trazer ao mundo novamente - porque os níveis de senilidade e falhas de memória já vão muito acima do número de bananas por metro quadrado na Ilha da Madeira -  e encontrei e constatei coisas interessantes.
Tenho coisas muito más, más de francamente mal escritas, e outras muito boas, de francamente surpreendentes. E foi a estas que me agarrei com um orgulho velado e pensei "porra Inês (sim eu chamo-me Inês) tu tinhas uma vida dentro de ti rapariga, uma genica porreira, um sentido de humor que dera a muitos e agora morreste de dentro para fora e estás à espera que te venham salvar... mas ninguém vem filha, ninguém vem, e tu até sabes disso e mesmo assim pareces um saguim morto com a língua de fora a ver se alguém tem pena e te passa a mão pelo pêlo e te tira da valeta pelo cachaço".
Não vai acontecer. Capacita-te. 
É verdade que me aconteceram demasiadas merdas este ano - não têm outro nome - que não deviam acontecer a ninguém. Verdade que pensei que aguentava tudo, que era a super-mulher, que tinha um arcaboiço do tamanho do pirilau do Éder,  que tinha estrutura mental e maturidade para lidar com as adversidades que a vida me quisesse dar e, num golpe que ninguém compreende e para o qual já não procuro explicações, percebi da pior maneira que não tinha. Não tenho. Não tenho nada. As perninhas e a cabeça falharam e falham com uma grande pintarola e dói menos aceitar e seguir em frente.
Vou ser fraca muitas vezes pela vida fora. Até aos meus 35 anos pensei que não. Afinal são só 35. 
35... bem... nalguma coisa isto tem de parecer pouco.

Não sei se me vai apetecer, daqui em diante, escrever sempre com o sentido de humor com que me li lá para trás, mas sei que aquela Inês ainda existe algures. Não sou a mesma, já o disse. Mas aquela Inês que ontem me fez rir (eu não digo que fiquei senil) tem de voltar a entrar em minha casa porque a fulana tem piada. E eu preciso de gente assim perto de mim (ou de um marido que me diz: "tens um sentido de humor à gajo" ... e eu ainda estou para perceber se isto é bom se é mau... mas tendo em conta que ele continua a dormir comigo, vá... tenhamos fé...).




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