Querido professor,
Antes de mais, deixe-me dizer-lhe
que aprecio bastante o exercício que tem dado ao seu rabo. Está assim para o
carnudo e tonificado e a mim apraz-me muito fazer exercício com um bom
incentivo. É um bom cartão-de-visita e faz-me sonhar que um dia também eu
poderei ficar com um rabo assim.
Quero também transmitir-lhe a seguinte
ideia: se me está a ministrar aulas, é porque eu preciso. E sei que preciso. Não
parta do pressuposto errado de que eu já era uma diva do ténis e que só
me estou a fazer de esquecida. Se pararmos para pensar um pouco, caso o fosse, também
não o teria procurado a si para me ensinar mas antes a um qualquer suprassumo
dos ensinamentos tenísticos.
Mas adiante.
Quero deixá-lo ciente de algo
mais: eu sou uma pessoa que aprende com facilidade. Ensinem-me que eu aprendo.
Mas, uma vez mais, não exija em meia-dúzia de semanas, conhecimentos que outras
pessoas terão demorado anos a adquirir e a colocar em prática. Vá com calma,
sorria enquanto me repreende, não fique de trombas enquanto pensa “esta gaja é
burra que dói” porque, de certo modo, isso vê-se na sua cara e no seu
comportamento. E já se sabe, desde os tempos antigos, que comportamento gera
comportamento. Não me peça para eu continuar a dar cartas quando só me lança jokers.
Estamos entendidos?
Tenho ainda a informá-lo que não
conseguirei comprometer-me com o uso de vestuário adequado à prática do ténis.
Aqueles vestidos e sainhas de lycra, são bastante agradáveis à vista (são sim
senhor, que eu também acho) mas são assim um bocado para o justo, demasiado
talvez para a minha, eminentemente catastrófica, condição física. Havemos de
trabalhar nesse campo, onde agradecia até algum empenho físico da sua parte em
colaboração comigo mas, até lá, vou continuar a presenteá-lo com o meu look total black , em versão burca de ténis dos tempos modernos.
Contudo, deixe-me incentivá-lo a continuar
a usar os seus calções pretos aconchegadinhos a esse digníssimo rabo, porque o
que é para mim não tem de ser para si.
Finalmente, agradeço-lhe a
disponibilidade para me ensinar uma matéria na qual era totalmente leiga. Do
género, aprender a tirar medidas, a apanhar bolas, e a ter força nos pulsos. Ocasionalmente,
já me ensinou a controlar a saliva e a inibir a sede. Agradeço-lhe ainda que,
quando começar a sentir o calor a apertar, retire a t-shirt para se poder
refrescar à vontade.
Acredite, só estou a pensar no
seu bem.
Porque um professor satisfeito é
sinónimo de uma aluna motivada.
Epá, LOOL total!!! Lindo (principalmente para quem percebe do que se trata) :) No próximo fds que fiques em Évora quero testemunhar os teus progressos tenísticos! Boa? :)
ResponderEliminarConvenhamos: eu não estou assim tão mal, muito pelo contrário.
EliminarMas não sou uma daquelas tenistas louras russas que jogam como se a vida delas dependesse daquilo. Safo-me.
Combinamos e depois dizes-me o que achas (e nesse dia o treinado fica em casa).
Escrita intensa. O Jota gostou da cadência deste texto. Excelente tom narrativo. (Credo até pareço um professor de estudos portugueses)...
ResponderEliminarE não será? :)
EliminarGostava de umas lições.
Como disse, sou uma boa aluna.