27.10.14

Ainda sobre o ballet



Nos 40 quilómetros que separam a minha casa das aulas de ballet, tive muito tempo para pensar nisto de ir para o ballet aos 33 anos, de andar tantos quilómetros para levar avante este desejo antigo, de não me importar de estar na aula das meninas de 20 anos e ainda pedir para fazer as aulas das meninas de 8, só porque acho que me ajudará a melhorar a técnica. E lá vinha eu pelo caminho cheia de ideias para escrever. Estava cheia de teorias apaixonadas. Estava, dizia eu. Estava. Porque isso foi antes de as dores me tomarem conta do corpo.

Agora, depois de descalçar as sapatilhas e despir o maillot e tomar um duche de água quente, já só tenho forças para dizer uma coisa: nunca senti tanto prazer em sofrer.



19 comentários:

  1. Fico muito contente por ti... louvo a tua vontade e paixão!

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  2. Posso dizer uma coisa muito malcriada e que foi a primeira que me ocorreu, logo a seguir à última frase? ...

    - Não tarda nada estás a levar no cu!

    :-)

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    1. Não sei de onde veio essa ideia e até gostava que me explicasse.
      Em todo o caso, confirmo: É uma coisa muito malcriada de se dizer.

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    2. Associas ou não o âmbito da tal frase malcriada à seguinte epifania sexual:
      "nunca senti tanto prazer em sofrer" ?!...

      Era só isto. Desculpa... :-(

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    3. Também não é preciso pedir desculpas. Não fiquei ofendida.
      Só não percebi mesmo a piada mas deve ser falta de sentido de humor da minha parte.
      (e acho que ambos concordamos que não foi uma coisa lá muito linda de se dizer, mas estou longe de me ter sentido ofendida).

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  3. Quando se sofre por opção, é sempre em nome de coisas lindas, é a caminho delas, ou assim o esperamos. E o ballet é lindo. :))

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  4. Olá Dias Cães, vim aqui espreitar depois dos comentários sobre blogues parolos no Pipoco. :-) E concordo: este blogue de parolo não tem nada, gostei muito. Vou voltar.

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    1. Susana, nem sabe a falta que me fazia ler o seu comentário. Estou desde a tarde de hoje a matutar nas respostas ao meu comentário no Pipoco e a tentar perceber se sou uma idiota ou se o meu sentido de humor é que é o idiota. Certo é que um de nós não esteve bem. Fiquei tristíssima. Sinto um nó. Uma parvoíce...
      Se continuar por aqui perceberá que não alimento ódios de estimação e os meus comentadores são super tranquilos. Vivemos todos na paz dos meus dias cães.
      Espero que goste!

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    2. Ah, que bom saber que o meu comentário lhe fez bem. :-) O blogue do Pipoco não é fácil, há por lá muita gente e infelizmente também há gente que gosta de "escavacar" nos outros, é uma pena, porque acho que estragam um bocado a "boa onda" do Pipoco. O seu blogue é dos bons, é genuíno, sem pretensões de nada, é como eu gosto. :-)
      Para mim foi claro que não alimenta ódios nenhuns, aliás se não tivesse gostado do que lá escreveu no Pipoco, não tinha vindo aqui ver :-).
      Um beijinho.

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    3. Dias Cães, quando vi o seu comentário e as respostas que depois se seguiram percebi o que se pode chamar de uma certa má vontade para consigo, achei que aquilo não tinha sido motivado por aquele comentário mas que já viria de outras situações e vou dizer-lhe uma coisa com toda a sinceridade, às vezes, certamente não de propósito, mas já tenho lido comentários seus e achado que são um pouco ácidos, não aquele, mas outros, por alguns outros comentários que li seus no Pipoco, pensei que podia estar a habilitar-se a que embirrassem consigo :), pareceram-me um bocadinho desafiadores, provocadores até (e estava a dirigir-se a quem comentava não ao Pipoco), obviamente, isso não afectou nunca em nada o facto do seu blog estar no meu top, junto dos outros que mencionei, mas quando li agora aqueles comentários para si assim para o agressivo não me espantei, outros terão tido a mesma ideia ao lerem comentários seus e é uma pena, porque depois aqui, neste seu espaço, entramos num mundo de sensibilidade e bom senso. Peço-lhe desde já desculpa por me ter dado para sinceridades que se calhar dispensava bem e o que realmente importa é que não lhe falte a inspiração e que continue aqui a maravilhar-nos com o que escreve.
      (No Pipoco por vezes as pessoas metem-se umas com as outras, mas a simpatia vence sempre, é assim na vida, é assim nos blogs e são picardias que não fazem mal nenhum a ninguém).

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    4. Olá Cláudia,

      Antes de mais, obrigada por se dar ao trabalho de vir aqui comentar. Estou a ser sincera. É muito fácil criticar sem fazer o trabalho mais importante: chamar à atenção as pessoas. E agradeço-lhe porque por vezes preciso que me chamem à atenção.
      Efectivamente devo ter estado muito mal no Pipoco. Não sou tola ao ponto de achar que só eu é que estou bem e todos os outros mal. Se causei incómodo a culpa só pode mesmo ter sido minha.
      Quanto aos meus comentários ácidos, que confirmo, só posso pensar que a distância entre escrever e ler é gigante. Enquando eu estou deste lado a divertir-me, quando comento algo com acidez ou sentido de humor e sarcasmo, há alguém do outro lado a ler as mesmas palavras com mau-humor, má-vontade e intolerância. É um risco que corro mas é um risco assumido. Seria muito mais fácil fazê-lo anonimante mas sempre preferi identificar-me. Assumir o que escrevo.
      Necessariamente isto faz-me recuar e limitar o meu campo de acção ao meu blog e deixar de comentar noutros sítios. Ficaremos assim todos em paz, porque se há coisa que não aprecio são conflitos.
      Espero que isto não belisque a, eventual, boa impressão que pudesse ter do Dias Cães e que volte mais vezes.

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    5. Venho sempre que escreve uma coisa nova :), só que aqui fico em silêncio, há sítios em que não me apetece dizer coisas só ler e apreciar. Não me sinto nada beliscada, até porque eu própria às vezes também me dá para beliscar um bocadinho, mas já agora lhe digo que acho que faz muito mal em deixar de comentar noutros sítios (foi um comentário seu no Pipoco que me fez descobrir o seu blog), outros mesmo que irritados podem vir aqui trazidos pela irritação e...levam um banho de boa escrita, é comentar sempre que lhe apetecer e não ligar a humores e interpretações alheias, se a divertir faça, era o que faltava era andar-mos a limitar o nosso campo de acção por causa de opinião alheia. Quanto a mim, cá estarei no próximo post, mesmo que em silencio.

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  5. Olá! Desculpa a ausência, devo-te uma explicação. (A frase "nunca senti tanto prazer em sofrer" coube-me tão bem.No e-mail,dou-te notícias.

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    1. Márcia, há quanto tempo não nos falamos.

      Está tudo bem por aí?
      A ver se nos escrevemos brevemente.

      Beijinhos

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