Not About Love?
Então não? Tudo existe e tudo tem importância por causa do amor. Mas há dúvidas?
Vá-se lá saber o porquê, este assunto atormenta-me todos os dias da vida e perco horas sagradas a pensar nele, mas prefiro não lhe atribuir razão nenhuma para existir e para ser importante.
Certo, certo, é que não sei falar de amor e não percebo nada do assunto. O dia em que entender tudo acho que não vou ter mais a capacidade de me apaixonar porque o mistério se finda. Porque uma coisa sei eu, e sabemos todos, é que as relações arrefecem quando se acaba a magia do desconhecido. Quando a mulher sabe que o homem já não a olha nos olhos para transmitir palavras que são proibidas verbalizar, e quando o homem sabe que a mulher não vai acordar com vontade de o apertar contra ela só porque o corpo o pede... já está tudo descoberto. Para mim não dá. Apesar de ninguém conseguir viver uma relação com as emoções sempre no pico do estímulo físico e intelectual, acredito com toda a convicção (porque ainda não cheguei lá e, portanto, desculpem lá mas atrevo-me a sonhar) que se se começa uma relação por amor e por paixão mútua, ela só pode dar certo.
O problema de desamores que se vê por aí a rodos, tem quase sempre início... no início. Isso mesmo. As coisas acabam por desanimar rapidamente, ou por se tornarem aborrecidas (quando não insuportáveis) porque, no início, as pessoas se uniram pelas razões erradas. E podem ser tantas. Por solidão, por desespero, por sexo (só, só, só - mas depois pensam que são obrigados a manter uma relação) por falta de reflexão. E é aqui que bate a questão: a maioria das pessoas não reflecte acerca do significado da outra pessoa na sua vida. Não projecta essa relação no futuro. Não percebe que não se podem mudar as pessoas para ficarem à nossa medida. Se querem mudar a outra pessoa, então é porque está na hora de mudar de pessoa. Não idealiza a estúpida da rotina - que já é difícil de ultrapassar sozinha, quanto mais com outra atrás - e até que ponto a outra pessoa vai melhorar o que já existe. Porque o começo e a continuidade de uma relação tem de constituir um upgrade na vida de uma pessoa. Porque para "degrade" já bem basta a vidinha como ela é.
Continuo a dizer que não percebo nada de amor, mas sei que o dia em que ele chegar vai ser para sempre, porque no início as contas vão ser muito bem feitas.
para quem não percebe nada de amor...isto está muito bom...e muito consciente:) congrats...
ResponderEliminarnão sei se te vou desiludir...mas acho que percebes disto
Muito bom amiga Inês! Eloquente e claro. E também incisivo! Muito bem colocada a questão de muitas relações começarem pelos motivos errados (ainda que, no início, pareçam correctos); deixou-me pensativo e...Deprimido! Mas, tal como tu, ainda acredito:-)
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