A mala de viagem está pronta e eu estou aprumada para ir ao encontro do meu capeta. O body de renda vermelha está a postos. Os sapatos vermelhos em verniz já têm os saltos afiados. O batôn escarlate já me consome os lábios famintos. O cinto de ligas já me risca as nádegas. As meias de seda já me constrangem as coxas. O colar de pérolas ironiza-me o pescoço. O meu cabelo vermelho putifica-me o rosto.
Este cabelo da cor do fogo fica-me bem. Ele já me o disse. Todos os que me comeram antes dele me disseram o mesmo. Gostam dele assim: da cor das brasas que exibem entre as pernas.
Ele gosta deste cabelo oblíquo, por ser do tom das chamas que fazemos quando nos deitamos sobre o enxofre. As chamas de quando me salta em cima e fricciona a sua pele de besta sobre a minha pele de cabra. Ele, que tem bravos cornos afoitos ao vermelho, sempre o frisou: - "O teu cabelo queima-me o tesão, sua cabra desmamada".
Talvez por isso e por me saber tão imprópria de comportamentos e de carnes tão comidas, não hesitou em querer-me sua. Lá de baixo, bem do fundo dos quintos, olhou-me como a peça de arte que lhe faltava e constatou: "Ainda não tenho uma desvirtuada como esta".
Este cabelo da cor do fogo fica-me bem. Ele já me o disse. Todos os que me comeram antes dele me disseram o mesmo. Gostam dele assim: da cor das brasas que exibem entre as pernas.
Ele gosta deste cabelo oblíquo, por ser do tom das chamas que fazemos quando nos deitamos sobre o enxofre. As chamas de quando me salta em cima e fricciona a sua pele de besta sobre a minha pele de cabra. Ele, que tem bravos cornos afoitos ao vermelho, sempre o frisou: - "O teu cabelo queima-me o tesão, sua cabra desmamada".
Talvez por isso e por me saber tão imprópria de comportamentos e de carnes tão comidas, não hesitou em querer-me sua. Lá de baixo, bem do fundo dos quintos, olhou-me como a peça de arte que lhe faltava e constatou: "Ainda não tenho uma desvirtuada como esta".
E, no encontro com o portão da sua propriedade em chamas, ordenou-me de pecado quente nos olhos:
- "Entra querida. Depois de tanto pecares na terra onde achas que te iria deitar agora? Uma puta como tu só tem um trono para fornicar. O meu."
Ironias à parte, graças a Deus que vou parar ao Inferno.
Soube-me tão bem ler isto...
ResponderEliminarmagnífico!
ResponderEliminar:)
magnífico!
ResponderEliminar:)
não sou de blogues de gajas, não sei porquê, mas não sou. acho que já penso demais na minha condição de mulher, por isso procuro blogues menos femininos. encontrei-te no Patife, só para perceberes o que leio ;)
ResponderEliminarmas, honestamente, gostei do teu. agora deste post... Sublime. adorei da primeira à ultima gota. muito bom.
nAnónima
Ahahahah... Grande conquista ter a nAnónima pelo Dias Cães.
EliminarA "Anónima dos enes" :)
Partilho da opinião sobre os blogues de mulherio. Nada contra, mas os meus dias não são tão fabulosamente cor-de-rosa como os delas e nem me apetece falar sobre o quão maravilhosa sou todos os dias.
Espero, por isso, mais visitas aos meus Dias Cães.
Kiss ;)
obrigada pela recepção ;)
Eliminarvou continuar por cá...
onde me cheira a sexo e a boa escrita... ;)
nAnónima
Este comentário foi removido pelo autor.
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